Os anões do orçamento, uma grande mulher, um gigante no coração. Essas e outras referências falam do tamanho dos seres humanos, tanto no mundo externo quanto no mundo interno. Eles se apresentam à realidade sob várias dimensões, do físico ao emocional, do ético ao cultural e religioso. Importa conhecer o homem e a mulher, em épocas diversas, para identificar a sua personalidade e as suas relações pessoais e sociais.
Há quem é grande por fora e pequeno por dentro, há quem é pequeno por fora e grande por dentro. Há quem culturalmente é superlativo e, emocionalmente, diminutivo. A experiência cotidiana leva a perceber que o mundo é integrado por gente com características marcantes, tanto no desejo sincero de ser alguém quanto no sonho de parecer alguém aos olhos dos semelhantes.
A expressão "não imaginava que você fosse assim" revela a surpresa em que uma relação humana pode mostrar "um outro" ou "uma outra" pessoa na nossa convivência. Aí podemos falar em tamanho exterior e interior, em maturidade e imaturidade. A coerência tem a ver com a harmonia entre o pensar e o agir, entre o ser e o parecer, entre a emoção e o comportamento, entre o interior e o exterior.
Importa fazer o exercício de avaliar os nossos circundantes, os mais próximos, com quem, inclusive, compartilhamos amizade. A cultura atual, em nossa sociedade, leva à valorização das aparências, em todas as suas expressões. Ante essa realidade, as percepções e as respostas se diferenciam em cada homem, em cada mulher, na cultura local, regional e nacional.
Uma pergunta pode surgir ao olhar o espelho pela manhã e nos darmos conta de que somos um ser com várias dimensões. Daí que o "conhece-te a ti mesmo" não é tarefa fácil, pois não somos simples, mas seres complexos.
Quando perguntamos sobre alguém e obtemos como resposta "é meu conhecido", estamos diante de mais um modo de dizer do que uma realidade. Até onde conhecemos as pessoas? As nossas frustrações têm relação direta com o nível de nossa percepção. Pouco, muito pouco conhecemos dos outros, eis o desafio real e verdadeiro, nesta cultura epidérmica e de aparências em que todos vivemos!
Texto: Máximo Trevisan
Advogado e escritor